28/01/2009

Nacionalismo


O tempo parece não ter melhoras. Verdade! Já repararam há quanto tempo não há um dia em que não chova, em que faça sol todo o dia? Entre chuva, nevoeiro e granizo vale-nos a esperança que a Primavera chegue... e depois o Verão!

Adiante...

Enquanto isso não acontece, enquanto o sol não brilha e as andorinhas não chegam... vamos observar de uma forma mais "nacionalista" o nevoeiro que "paira lá fora".

A crise que todos falam chegou. Com isso, além de todas as questões dos BPP's, BPN's e ETC's, chegou também mais um caso de politiquice que de repetitivo tem tanto quanto o fundo de verdade que lhe confere: o Freeport.

Ninguem se questiona do oportunismo político que uma notícia de corrupção pode ter para o governo de Sócrates a meses das eleições, mas também não há qualquer dúvida que, em bom português, "só pode haver marosca"! Se o Novo Aeroporto demorou quase uma década para ser aprovado, o Freeport demorou... 3 dias?!? Ok, podemos pensar que o ministério do Ambiente do Engº Sócrates funcionava melhor que tudo o resto, ou então não... enfim, a Procuradoria Geral da República certamente sabe como agir (AHAHAHAH!!!).

Do alto de toda a minha experiência económico-política parece-me que "A Crise" já dava título para um belo livrinho. Impossível parece ser negar que esta crise chegou para ficar e que pela sua estadia vai causar uns bons milhões de vítimas qual "Peste" do séc XXI trazida não por ratos em embarcações comerciais, mas por algo muito mais rebuscado: a troca de escudos para euros!

Não duvido que tudo por que estamos a passar se deve à perda do nacionalismo que consistia em levarmos os "nossos" escudos para onde quer que fossemos. A nossa moeda era o nosso patriotismo e assim, pouco dele ficou. Sei eu, sabes tu, sabe a generalidade da minha geração que se não fossem os nossos papás, os nossos vóvós, ou qualquer piedosa família de acolhimento de meia idade e nós, simplesmente, não eramos ninguem. Portugal (sobre)vive cada vez mais à custa dos rendimentos dos nossos pais ou das poupanças dos nossos avós. Aos 23/24/25 anos os nossos pais lutaram contra uma revolução, tinham a vida organizada, uma casa, um emprego, um filho. Aos 23/24/25 anos, os nossos avós viviam numa ditadura ou eram emigrantes e passavam as passas do Algarve para alimentarem toda uma família.

Nós?

Pensávamos ser revolucionários mas não tinhamos causas, quisemos crescer à pressa para agora vivermos de recibos verdes, tentarmos adiar ao máximo as responsabilidades de preencher os papéis do IRS e vivermos com o que o vento trás, e com a palmadinha nas costas que quem nos ama nos dá.

Estamos condenados a voltar ao tempo em que o dinheiro era guardado debaixo do colchão porque perdemos os "escudos", o nosso nacionalismo. Só falta mesmo tirarem-nos o "Português". Sendo que o Acordo Ortográfico já esteve mais longe... o que nos resta?

Pode ser que o nevoeiro traga algo de bom, pode ser que D. Sebastião sempre apareça, quem sabe?

E se aparecer, pode ser que não fuja...

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